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30 DE MARçO DE 2021
Anoreg/RS inicia o projeto “Personagens Gaúchos” com a história da cantora Elis Regina
A Associação dos Notários e Registradores do Estado do Rio Grande do Sul (Anoreg/RS) inicia este mês a série de reportagens do projeto “Personagens Gaúchos”, que tem o objetivo contar histórias de nomes marcantes do Rio Grande do Sul. Para o conteúdo de estreia, a entidade traz detalhes da vida de um dos ícones da música popular brasileira (MPB), a cantora Elis Regina. No dia 17 de março de 1945, há 76 anos, às 15h10, nascia, em Porto Alegre, Elis Regina Carvalho Costa, considerada uma das melhores cantoras do País.
A “Pimentinha”, como também era conhecida, foi registrada no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais da Terceira Zona de Porto Alegre, no livro A-51, folha 124. O documento registra na história o início da vida da cantora, filha de Romeu de Oliveira Costa e de Ercy Carvalho Costa, e neta de Francisco Dias da Costa, Idalina de Oliveira Costa, Gregorio Grade Carvalho e Ana Paiva Carvalho.
A certidão de mais de 70 anos também traz a emancipação da cantora pelo pai, conforme escritura pública lavrada no 18º Ofício de Notas da cidade do Rio de Janeiro. O registro da emancipação, apesar de realizado no 2º Ofício de Registro de Interdições e Tutelas da cidade do Rio de Janeiro, foi averbado à certidão original da cantora, assim como a data do óbito, 21 de janeiro de 1982, registrado no Cartório do 2º Subdistrito do Jardim América, na cidade de São Paulo.
Em entrevista exclusiva à Anoreg/RS, a jornalista e escritora brasileira, Regina Echeverria, autora da biografia “Furacão Elis”, de 1985, e que coincidentemente leva o nome “Regina”, destaca que desconhecia o processo de emancipação da cantora. “Imagino que o pai dela fez isso para que ela pudesse se apresentar à noite, assinar contratos ou coisas do gênero como menor de idade, sem precisar do consentimento nem do pai e nem do juizado de menores. Essa informação é super importante e agradeço a vocês por, 36 anos depois, terem me dado uma informação nova sobre a personagem que eu mais mergulhei”, enfatiza.
Carreira
Desde pequena, Elis encantava com seu talento. Foi aos 11 anos que Ercy Carvalho levou a filha à Rádio Farroupilha para participar do programa “Clube do Guri”, e o talento resultou em apresentações regulares no programa. Em 1960, aos 15 anos, Elis Regina foi contratada pela Rádio Gaúcha, e, aos 16, lançou seu primeiro disco LP “Viva a Brotolândia”. Ainda que talentosa, Elis Regina se mudou com o pai em 1964 para o Rio de Janeiro para expandir sua carreira musical.
No estado fluminense, a cantora assinou um contrato com a TV Rio para se apresentar no programa Noites de Gala. No ano seguinte, em 1965, Elis Regina foi contratada pela TV Record para apresentar o programa O Fino da Bossa, ao lado de Jair Rodrigues, que resultou em três álbuns. Nesse mesmo ano, venceu o I Festival de Música Popular Brasileira na TV Excelsior e inaugurou a MPB.
Elis interpretava diversos ritmos musicais, como jazz, rock, bossa nova e samba, e integra parcerias famosas com Tom Jobim, Milton Nascimento, Belchior, João Bosco, Ivan Lins e Jair Rodrigues. Durante os anos 70, a cantora aprimorou a técnica e domínio vocal, e gravou com Antônio Carlos Jobim o álbum Elis & Tom (1974), considerado um dos melhores LPs da história da MPB.
Livros e filmes
A “Pimentinha” conquistou uma legião de fãs e sua história foi parar em livros e filmes. Entre as obras literárias, destacam-se: Furacão Elis, de Regina Echeverria; Elis Regina nada será como antes, de Julio Maria; Elis: Uma biografia musical, de Arthur de Faria; Elis Regina por ela mesma, de Osny Arashiro; O melhor de Elis Regina, de Luciano Alves. Já nas telonas, a biografia “Elis” foi adaptada e dirigida por Hugo Prata, mostrando a carreira de uma das melhores cantoras do Brasil, marcada por altos e baixos.
A autora da biografia “Furacão Elis” lembra dos desafios de escrever a obra e o processo de produção do livro. “Eu lancei esse livro já tem 36 anos, exatamente a idade de Elis quando faleceu. Para mim, foi uma experiência muito intensa porque eu a conheci bem de perto, gostava dela como cantora e como personalidade, pessoa humana, e foi a minha estreia também em biografia, e foi super importante por ter sido o primeiro livro e por poder ter mergulhado profundamente na vida e na carreira de Elis”, ressalta Echeverria.
Quanto ao título da obra de quase 300 páginas, a escritora explica que “furacão por onde passa nada fica, nada permanece do mesmo jeito, nada fica parado. É mais ou menos um resumo em duas palavrinhas da personalidade da Elis, dessa pessoa tão instigante e tão forte com ela foi”.
Casamento
Elis Regina foi casada com o produtor musical Ronaldo Bôscoli, entre 1967 e 1972, e teve com ele um filho, João Marcello. A estrela da MPB teve mais dois filhos, Pedro Mariano e Maria Rita, do romance que viveu com o pianista e arranjador musical Cesar Camargo Mariano, entre 1973 e 1981. “Uma mulher que queria ter os filhos por perto, que conseguiu impor sua vontade num mundo muito masculino, que era o mundo da música, e que viveu muito pouco. O pouco tempo que ela viveu, ela deixou muitas lembranças e uma personalidade de uma pimentinha mesmo, como a batizou o Vinicius de Moraes”, completa a escritora.
Morte
Aclamada no Brasil e no mundo, Elis faleceu precocemente no dia 21 de janeiro de 1982, aos 36 anos, por uma overdose de cocaína, quando ainda estava no auge de sua carreira. A certidão de óbito está registrada no Cartório do 2º Subdistrito do Jardim América, na cidade de São Paulo. Após três anos de escrita, Echeverria lançou a biografia apenas em 1985, três anos após a morte da cantora.
“Eu escrevi esse livro, primeiro porque tinha combinado com ela de fazer uma biografia, embora eu achasse que ela era muito nova e eu também, não tinha experiência para mergulhar em uma obra que pretende ser profunda, e porque o desfecho da vida dela foi totalmente inesperado”, diz. “Depois, eu fui juntando as histórias, o máximo possível delas que eu consegui encontrar pelo depoimento de outras pessoas e também pelo que ela havia me contado ao longo do tempo em que a entrevistei, várias vezes que eu fui a sua casa, além da relação de jornalista e personagem”, lembra a escritora.
Quer participar?
Os cartórios interessados em participar do projeto podem compartilhar sugestões de nomes de personalidades gaúchas marcantes que estão registradas em suas serventias, enviando um e-mail para imprensa@anoregrs.org.br. Com as informações iniciais, a equipe de Comunicação da Anoreg/RS retornará o contato para dar continuidade à produção da reportagem.
Fonte: Assessoria de Comunicação – Anoreg/RS
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